quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Palavras

As palavras enganam o mundo
Porque a sua forma mente
Porque as suas letras são gritos
Tudo é fácil de convencer
As palavras são sons somente
Melodias emotivas
Canções chorosas brincando
Jogos de consequências desastrosas

domingo, 11 de janeiro de 2015

Falta

Falta a segurança
falta a calma
e como não tenho alma
preciso desta aliança.

É a noite que ataca
todos os dias, sem excepção.
Basta não haver respiração
para sentir a ponta da faca
a rasgar, não o coração,
mas toda esta ponderação.

Assombro

Foi inconveniente o pesar de separação
Inconvenientemente pensado
Cortado de mim
Porquê o seu peso?
Se hoje sou mais livre
E liberdade é algo a defender
Subscrevo valores
Mas quantos dão para escrever?
E se não são palavras como podem existir?
São como fantasmas
Espectros que apenas se podem sentir

sábado, 10 de janeiro de 2015

Vícios

Desespero por querer parar
desespero por querer voltar.
Decidir o hoje para agradar
não vai chegar para continuar.

Dois dias passaram
e continuo a engolir o teu ar.
Sufoco com o vício a chamar,
os pensamentos ainda não me deixaram.

Chega mais uma noite
e volta vazia de sonhos.
Olhando o futuro fecho,
finalmente, estes olhos medonhos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Loja de Inconveniência

Vendemos sonhos
Inconvenientes
Pedaços atractivos
Daquilo que já devia ser normal

Vendemos meias bandeira
De meia coroa
Só vendemos vermelhas
Pois aqui não se vende esperanças
Apenas Portugal

Catálogo todo em 99
Com um cêntimo de engano
entrámos em crise
E em crise estarmos também para o ano

domingo, 4 de janeiro de 2015

Lusofobia

Era uma vez um plano
contava com todos, com todos
mulheres, homens, grandes, pequenos
e morria todo o dia ao acordar.

Enquanto podia gritar, gritava
enquanto podia correr, corria
mas bastava um não cumprir
para voltar a deixar de florir.

É a história sem caravelas
e sem roubos de Igreja.
É a história de um rectângulo,
em que a prioridade é a cerveja.

Homem sociedade

O tempo a nada serve
É em si dono
Anti-escravo
É terra infértil ao cravo

Mudança temos em nós
Calada
Sussurro de interna voz

Grita       Grita    Grita
Grita e canta povo
Para que possa haver um homem novo
Um homem sociedade
De valores absolutos
De absoluta felicidade

sábado, 3 de janeiro de 2015

Suinidade

Fineza, requinte e superioridade
não as quero, nem com sobriedade.
A união que nos falta,
encontra-se na pocilga, com felicidade.

O tempo servirá a mudança,
que só chega no recomeço.
Reinventar é a palavra de ordem,
que estes laços já não me mordem.